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Independentemente da quantidade de pessoas presentes ou não nas manifestações deste domingo, dia 26 de maio, em prol do governo Bolsonaro, o atual cenário político reflete o que já se percebe em todo o país. A população brasileira não está nada satisfeita com o rumo ao qual o atual presidente da república está levando a nação, e segundo analistas as manifestações em defesa do atual presidente, foram um verdadeiro atestado de fracasso do governo.
O presidente Bolsonaro assumiu com uma boa base de apoio no Congresso e apoio popular, mas conseguiu destruir tudo isso em poucos meses, em virtude de uma política conservadora voltada basicamente para a política de cortes. O que gera em tese ainda mais conflitos, a uma crise política que já se arrasta a pelo menos 5 anos.
O ato deste domingo, dia 26 de maio, foi convocado logo após dois episódios que fragilizaram ainda mais o presidente. O primeiro foi o avanço das investigações do caso Queiroz, mostrando que a lama na qual Flávio Bolsonaro está atolado é maior do que se supunha, uma lama que respinga no presidente.
Jair Bolsonaro manteve transações financeiras mal explicadas com Queiroz, um amigo de confiança de mais de 30 anos, que operou o esquema de corrupção no gabinete do seu filho e é suspeito de ser miliciano.
A convocação da manifestação foi iniciada por seus apoiadores nas redes com palavras de ordem que pediam o fechamento do congresso e do STF.
Eduardo Bolsonaro compartilhou tweet do deputado Marcio Labre (PSL-RJ) convocando a população para apoiar o presidente contra “chantagens e traições em curso”.
O golpismo ficou tão evidente que assustou parte dos aliados bolsonaristas. O Instituto Brasil 200, formado por empresários, se negou a participar:
“A forma como surgiu essa manifestação foi um pouco nebulosa no nosso entendimento. Vimos pessoas com hashtags sobre invadir o Congresso ou fechar o STF. A nossa orientação é refutar qualquer tipo de pedido neste sentido”, disse o líder do movimento Flávio Rocha, que também é presidente do grupo Riachuelo.
O MBL e o Vem Pra Rua abandonaram o Titanic bolsonarista pelo mesmo motivo.
A Fiesp, cujo presidente apoiou Bolsonaro nas eleições, também não vai encher o pato inflável. Eles estão decepcionados com o mito, coitados. Liberais se arrependendo de ter apoiado extremistas de direita é um clássico da história política.
“Poxa, como eles poderiam imaginar que o político que passou a vida defendendo tortura, fechamento do Congresso e até fuzilamento de ex-presidente teria tendências autoritárias quando virasse presidente, não é verdade?
A manifestação serviu para mostrar qual o tamanho da base popular bolsonarista, capazes de apoiar um autogolpe.
Se as ruas estivessem cheias, Bolsonaro seguiria firme no seu projeto autocrático, mas a julgar pela baixa participação popular, o mais certo é que o presidente eleito com o discurso da “Nova Política” continuará isolado politicamente.
Com baixa adesão popular, Bolsonaro será agora obrigado a diminuir seu ímpeto autoritário caso queira completar o mandato, o que parece bastante improvável.
Nesses cinco meses já ficou claro que a rejeição a todas as mediações democráticas não é circunstancial, mas um projeto de governo. Qualquer que tenha sido o resultado da manifestação, o Brasil continuará vivendo esse pesadelo.
Vídeo dos Bolsonaristas em Teixeira de Freitas-BA
Por: Opinião Pública/ da Redação/