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O Conselho Estadual de Cultura da Bahia emite NOTA DE PESAR pelo falecimento de Ramiro Guedes da Luz, conhecido como Ramiro Guedes. Professor, radialista, escritor, poeta imortal da Academia Teixeirense de Letras e ex diretor de Cultura do Município de Teixeira de Freitas.

Ramiro Guedes nasceu na casa de número 07, da Rua da Flores, em Teófilo Otoni (MG), em 12 de março 1948. Se formou em Letras em uma extensão da Universidade Católica na cidade de Pedro Leopoldo (MG). Há mais de 40 anos que trabalhou em rádios de Minas Gerais e posteriormente na Bahia.

Chegou a Teixeira de Freitas no dia do aniversário da cidade (09 de maio) em 1990. Ele trabalhava na Rádio Imigrantes de Teófilo Otoni e recebeu o convite do prefeito de Teixeira da época (Francistônio Pinto) para trabalhar na Rádio Caraípe em Teixeira.

Ramiro recebeu, em seus primeiros anos de imprensa na região, o apelido de “Roberto Marinho dos pobres”, isso por que ele era diretor das rádios Caraípe, Difusora, Alvorada, rádio de Eunápolis, rádio de Itapetinga e rádio de Medeiros Neto, ao mesmo tempo. Na época em que ele foi diretor dessas rádios, sempre buscou valorizar os colegas e pagava um dos melhores salários da Bahia. Ele também teve que brigar para fazer valer direitos, pois segundo ele dizia, muitas rádios, até hoje, não gostam de pagar funcionários e, quando pagam, não são bem remunerados.

Ramiro Guedes teve grande influência na profissionalização do jornalismo radiofônico na região e também teve importante participação na realização do primeiro curso de radialista da história de Teixeira de Freitas foi feito no Espaço Cultural da Paz, por uma iniciativa do Zé da Baiana. Eles trouxeram o sindicato para a cidade e o curso durou um ano, sendo realizado todo primeiro sábado do mês o dia inteiro e só poderia ser feito por pessoas que tinham, pelo menos, 5 anos de profissão. Ele também foi colunista em alguns jornais, como o antigo jornal Extremo Sul, e depois também começou a escrever suas colunas para sites.

Morou dois anos em Porto Seguro, mesmo assim, sempre apresentou o Almoço à Brasileira em Teixeira, programa que manteve no ar por cerca de 30 anos, tendo deixado de fazer o referido programa apenas em duas vezes, no casamento do amigo Uldurico Pinto; e, no falecimento de seu filho, que faleceu numa quinta-feira e acabou não entrando ao ar no sábado, quando a atração era transmitida.

Ele sempre questionava a relação entre “patrão e empregado” no rádio e jornalismo, e afirmava que sempre foi diferenciada em Teixeira, pois os “patrões”, por vezes, fazem o trabalho jornalístico.

Ramiro foi, no período de 2012 a 2016, o diretor de Cultura do município de Teixeira de Freitas e, ao lado do conselheiro Junieques Santos (que esta subscreve com informações do Vida Diária e de Petrina Nunes), também foi o responsável pela criação do Sistema Municipal de Cultura e também do primeiro Conselho de Cultura da história da cidade. Sempre foi um ícone local no assunto cultura, pois lutou pela valorização dos artistas da terra.

Ele sempre dizia que o rosto cultural de Teixeira era a diversidade, e, ao mesmo tempo, questionava o fato de que na cidade faltava tudo, por exemplo, livrarias e teatro municipal, umas das bandeiras que sempre levantou ao defender sua construção”.

O trigenário programa Almoço à Brasileira, apresentado por ele, marcou os fins de semana da cidade. Muitas vezes, Ramiro saía dos estúdios do rádio e ia até o público, em festas, feijoadas e projetos que estejam acontecendo.

O Almoço à Brasileira nasceu em Teófilo Otoni, na Rádio Imigrantes, que tinha um programa com esse nome. Antes ele trabalhou na Rádio Teófilo Otoni onde tinha um programa das 20 à 00 hora chamado Da Luz e Da MPB, que segundo ele teria sido o embrião do seu programa Almoço à Brasileira.

No rádio Ramiro apresentava seu programa com informação, música e valorização da cultura, sempre levou poetas, escritores em geral, cantores e muitos outros artistas. Ramiro já fez muitos programas nas universidades e em cidades vizinhas. Trouxe atrações nacionais como Renato Teixeira e Xangai no aniversário de 5 e de 10 anos de programa e Oswaldo Montenegro nos 15 anos. Ele considerava o seu programa como “A parte mais importante da minha vida profissional é o Almoço à Brasileira”, destacou Ramiro durante uma entrevista.

Ramiro Guedes também era um era um grande poeta e escritor, e teve seu nome eternizado como imortal na Academia Teixeirense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 07.

Os estados da Bahia e Minas Gerais perdem um grandioso artista, e sem dúvidas os amigos e amigas sentirão imensa saudade, pela sua alegria, inteligência, pelo apoio e por toda dedicação em nome da cultura do nosso Estado, sua marca e seus feitos ficarão eternizados em nossa memória.

Aos amigos, amigas e familiares nossos mais profundos votos de pesar.
Assina esta Moção:

Junieques Batista dos Santos – Conselheiro Estadual de Cultura da Bahia

 

Fonte: http://www.conselhodecultura.ba.gov.br/2021/06/812/Nota-de-Pesar-Ramiro-Guedes.html

 

Por: Opinião Pública/ DA REDAÇÃO/

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