Mucuri: Na manhã desta segunda-feira (4), uma equipe multidisciplinar composta por policiais civis e militares, peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e membros do Ministério Público realizou uma reprodução simulada dos fatos que levaram ao desaparecimento de Alex Vila Nova Santos, em Mucuri.
A ação, que durou todo o dia, teve como objetivo principal reconstruir a dinâmica da abordagem policial que antecedeu o sumiço do jovem, ocorrido em setembro de 2022.
O coordenador da 8ª Coorpin, Moisés Damasceno, explicou que a reconstituição visa entender como os fatos se desenrolaram, confrontando as versões apresentadas por testemunhas, policiais e outros envolvidos. “Cada detalhe, desde a posição dos policiais até o ponto exato da suposta fuga de Alex, está sendo minuciosamente analisado”, afirmou.
Através de servidores e policiais que representam cada personagem envolvido, a polícia busca recriar a cena da abordagem, permitindo uma análise mais precisa das evidências e dos depoimentos. A madrasta de Alex, Adriana Silva Santos, acompanhou a reconstituição com esperança de finalmente encontrar respostas sobre o desaparecimento do enteado. “Já se passaram dois anos e a nossa família vive na angústia da incerteza. Esperamos que essa simulação nos traga alguma luz sobre o que aconteceu”, desabafou.
O promotor de justiça Pedro Nogueira Coelho destacou a importância da reconstituição para o andamento das investigações. “A partir dessa simulação, poderemos confrontar as versões apresentadas e identificar possíveis contradições, o que nos aproximará da verdade sobre o desaparecimento de Alex. A hipótese de um crime de homicídio não está descartada”, afirmou.
O advogado de defesa dos policiais, Dr. Alex Santiago, ressaltou a importância de que a verdade seja estabelecida e que a justiça seja feita. “Esperamos que a perícia realizada durante a reconstituição seja conclusiva e que o caso seja esclarecido de forma justa, tanto para a família de Alex quanto para os policiais envolvidos”, disse.
O perito criminal Eder Ramos, coordenador da Macro Região Extremo Sul, explicou que a equipe técnica está analisando cada detalhe da simulação para verificar a compatibilidade das informações com as evidências coletadas no local dos fatos. “A reprodução simulada é uma ferramenta fundamental para a investigação, pois permite visualizar os fatos de forma mais clara e objetiva”, afirmou.
Entenda o caso:
Alex Vila Nova Santos, 24 anos, desapareceu em Mucuri, no dia 8 de setembro de 2022 após ser abordado e algemado por policiais militares. Segundo a família, a abordagem foi irregular e Alex foi levado para a viatura sem mandado de prisão.
A família denuncia que a polícia revistou a casa de Alex sem encontrar nada ilícito e, posteriormente, apresentou drogas alegando que foram apreendidas com o jovem. A PM sustenta que Alex confessou o uso e venda de entorpecentes e fugiu durante o transporte, mas a família nega veementemente essa versão, acusando a polícia de tentar incriminar o rapaz para justificar seu desaparecimento.
Diante da falta de informações e da versão contraditória da polícia, a família de Alex vem denunciando o caso e é acredita o jovem tenha sido vítima de violência policial. Eles buscam justiça e pedem que a Corregedoria da Polícia Militar investigue o caso a fundo.
Fonte: Liberdadenews
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