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Em janeiro deste ano, foi anunciada finalmente a fusão da Fibria Celulose, maior empresa deste ramo no mundo, com a Suzano Papel e Celulose, o que resultou em um dos maiores monopólio do mundo na produção de papel e celulose na região do extremo sul baiano, local onde as gigantes concentram as suas operações de plantio e extração de eucalipto.

A Fibria é uma das três maiores empresas privadas do país que receberam dinheiro do BNDES, sob a forma de compra de ações, para que assim pudesse expandir as suas atividades e montar o que hoje é chamado de “monstro da celulose”.

Em comunicado, a Suzano informou que a companhia “terá uma nova marca e se chamará Suzano a partir da conclusão da reorganização societária”.

Presidente da atual Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka

O presidente da atual Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, se manterá no comando da companhia combinada, juntamente o com o atual vice-presidente de finanças, Marcelo Bacci.

 

“A Suzano terá capacidade de produção de 11 milhões de toneladas de celulose de mercado e 1,4 milhão de toneladas de papel por ano.

A companhia contará com aproximadamente 37 mil colaboradores diretos e indiretos e 11 unidades fabris, capazes de abastecer mais de 90 países e gerar um volume de exportações de R$ 26 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em 30 de setembro de 2018″, informou a Suzano.

No entanto no extremo sul baiano o resultado imediato dessa fusão foi a rescisão de contrato com empresas terceirizadas, responsáveis por mais da metade da produção total, e empregadoras diretas de cerca de mais de 2 mil funcionários.

Maquinário pesado e funcionários já se aglomeram nos pátios das empresas terceirizadas.

Somente a Suzano Papel é Celulose por exemplo, rescindiu contratos com empresas prestadora de serviços na silvicultura, entre elas, a teixeirense GF SERVIÇOS FLORESTAIS, e com isso deixou mais de 470 funcionários terceirizados desempregados. Não houve estudo das consequências e impactos dessa monopolização para a região, e o dano social para as cidades circunvizinhas sera enorme, avalia inúmeros movimentos sindicais, que tentam negociar com as duas gigantes, e assim reverem a política de dispensa, evitando o inicio de um caos social e econômico para a região. 

Para o município de Teixeira de Freitas por exemplo, os impactos serão ainda maiores, afirmou o administrador de empresa, Eujacio Dantas em uma publicação na redes sociais disse;

“De janeiro a fevereiro de 2019, tivemos o pior saldo entre admissões e demissões dos últimos 3 anos.

Foram 1497 demissões e 1303 admissões, deixando um resultado negativo de 194 desligados.

Possuímos apenas 21.175 postos de trabalhos formais, se compararmos com Linhares-ES (que dista cerca de 230 km daqui e possui características populacionais parecidas com a nossa), a nossa situação fica ainda mais vexatória, pois a cidade capixaba, possui 73.294 pessoas empregadas formalmente, quase três vezes o nosso número.”

Com essa dispensa de funcionários a região extremo sul da Bahia viverá momentos difíceis em sua economia, e certamente o mercado local que já vem sofrendo com o alto índice de desempregados, não terá tem condições de absorver esse volume de mão de obra.

Resta saber se não haverá qualquer intervenção dos governos estaduais ou até mesmo federal diante das gigantes que ignoram o impacto social de suas ações nas economias locais, sem ao menos lembrar que tal fusão, só foi possível, porque contou com dinheiro público, via financiamento do BNDES.

Por: Opinião Pública/ Da Redação/

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