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No começo da tarde deste domingo, 16 de setembro, o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” retomou as suas atividades normais depois de ter sido invadido por um hacker na noite do último sábado (15). Segundo um porta-voz do Facebook, o grupo foi temporariamente removido durante a madrugada e o início do dia.

“Detectamos atividades suspeitas. Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras”, afirmou a rede social.

No fim do dia, o grupo foi reativado.

“A página foi restaurada e devolvido às administradoras,” questionado sobre quem seria o responsável pelo hackeamento da conta, o Facebook preferiu não se manifestar. A privacidade do grupo foi alterada de Fechado para Secreto — isso significa que só membros podem encontrá-lo e acessá-lo.

Além de ter o nome alterado para “Mulheres com Bolsonaro #17”, a página contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL, teve a foto de capa alterada e as administradoras oficias excluídas.

As alterações feitas no grupo, que tem 1,4 milhão de mulheres inscritas, e mais 1,1 milhão de convidadas que ainda não aceitaram o convite para participar, fizeram com que o Facebook notasse suspeitas de um ataque cibernético, e o arquivasse temporariamente a pedido de Ludmilla Teixeira, proprietária do grupo, o que posteriormente foi confirmado.

O colunista, Leonardo Sakamoto, também escreveu sobre o ataque, o qual alegou ter sido um ‘atestado de burrice’ por parte dos apoiadores de Bolsonaro.

A alteração do nome veio acompanhada ainda de ameaça às moderadoras e publicações com discursos de ódio contra o posicionamento político delas; após vários homens terem sido adicionados, à página foi fechada como consequência do ataque cibernético.

Além disso, a invasão fez também com que algumas mulheres deixassem o grupo devido a confusão causada pela alteração do nome e das informações sobre seu intuito na rede social.

Resposta ao ataque

Em outros grupos no Facebook, criados em resposta à invasão, moderadoras responsáveis pela manutenção da página original se manifestaram na rede social, reafirmando o teor “criminoso” da invasão.

“O grupo Mulheres Unidas contra Bolso.naro que em 1 semana juntou mais de 2 milhões de mulheres) acaba de ser hackeado”

“Um sujeito entrou, retirou as moderadoras do comando e mudou o nome do grupo para Mulheres com Bolso.naro. “Isso não é uma brincadeira, isso é criminoso.”

“Esses fascistas revelam como tratam nossos corpos e invadem nossos espaços, extirpam a nossa voz, tudo porque já somos mais de 2.200.000 mulheres contra o tal candidato!”

“Mulheres do Brasil inteiro tomam posição política contra o preconceito e discriminação, como pauta política, representada por um deputado de extrema direita, com pautas Nazifascista contra a diversidade de pensamentos na sociedade brasileira.”

“Mulheres negras, brancas, indígenas, socialistas, capitalistas, de centro, evangélicas, católicas, umbandistas, budistas, islâmicas, ateias, etc unidas contra o retrocesso!”

“Eles TINHAM q hackear o grupo #MulheresContraOBolsonaro que chegara a 2.2 mi e não parava de crescer. Será q eles acham q nossa mobilização não vai se refletir nas pesquisas, nas urnas?

“Mexeram com as pessoas erradas: as mulheres #EleNunca #HackeiemMeuVoto

Denúncia por crime cibernético.

Em outra publicação, uma das moderadoras afirmou que o hacker e a namorada, que teria ajudado na ação, já foram identificados e serão denunciados na Polícia Federal pelo ato. O perfil do invasor foi identificado como Eduardo Shinok.

“O grupo original não foi excluído. Está arquivado e as administradoras estão fazendo a limpeza. O invasor e a namorada (ajudante) já foram identificados e denunciados na Policia Federal por crime cibernético”, comunicou-se antes do grupo ser recuperado.

Mobilização virtual.

Outro ponto citado pela moderadora foi o uso da hashtag #EleNão, que foi denunciada por opositores à página como spam. Por isso, foi criado então a #EleNunca, que já alcançou o primeiro lugar entre os tópicos mais falados no Twitter.

Já na manhã desse domingo, a hashtag #MulheresContraBolsonaro ganhou impulso entre os internautas e se tornou o assunto mais discutido na rede.

Eduardo Bolsonaro e as fake News.

O filho do candidato à presidência usou seu Facebook no último sábado (15) para desqualificar a formação do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”.

O político afirmou que a página inicialmente era de teor cômico e teve o seu nome alterado contra o pai, Jair Bolsonaro. No entanto, a informação foi desmentida pelo próprio porta-voz do Facebook, que atestou o fato dela ter sido iniciada do “zero”, no dia 30 de agosto.

A publicação de Eduardo Bolsonaro reuniu diversas mulheres nos comentários, que ressaltaram a deturpação dos fatos feitas por ele, que chegou a citar pejorativamente o conceituado jornal britânico “The Guardian”.

 

Por: Opinião Pública/ Fonte: Uol/Universa.

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