Compartilhem essa reportagem!

Em seu primeiro ano de gestão, em 2017, o prefeito Sílvio Ramalho revisou o código tributário do município, elevando as alíquotas de diversas atividades, algumas delas em até 20 mil porcento, e criando novas taxas de imposto. Algumas dessas taxas praticamente inviabilizam a permanência da maior empregadora de Caravelas, a Suzano. Os aumentos das alíquotas da Taxa de Fiscalização e Funcionamento (TFF) atingiram as principais atividades da Suzano no município, especialmente a portuária, por onde a empresa recebe sua matéria prima e escoa toda sua produção.

Exemplo disso é a taxa de capatazia (atividade de movimentação de cargas e mercadorias no porto), que era de R$ 150,00 e passou para R$ 20.000,00, representando um aumento de mais de 13 mil porcento (13.233%).

Outras atividades que também tiveram aumentos escorchantes foram de construção de porto (inclusive instalação de carga e descarga) e dique (exceto flutuantes), que passou de R$ 350,00 para R$ 15.000,00 (aumento de 4.185%); e fluvial e lacustre, cuja taxa de R$ 150,00 subiu para R$ 5.000,00 (3.233% a mais).

A taxa de florestamento e reflorestamento teve elevação de 1.900%, subindo de R$ 350,00 para R$ 7.000, enquanto a taxa de pesquisa e desenvolvimento na área florestal subiu 1.042%, de R$ 350,00 para R$ 4.000,00.

Também tiveram aumento exorbitante de 900% a taxa para estabelecimentos de construção de diques flutuantes (de R$ 300 para R$ 3.000,00); e sinalização de tráfego em rodovias, ferrovias, centros urbanos de balizamento e orientação para pouso de aeronaves e de equipamentos para orientação do tráfego lacustre (de R$ 350,00 para 3.500,00).

Já a atividade de escafandria e mergulho sofreu aumento de 615% (era R$ 350,00 e passou para R$ 2.500,00).

A madeira usada como matéria prima da Suzano também é transportada em caminhões. No novo código tributário de Caravelas, a taxa para estabelecimentos de transporte rodoviário de carga passou de R$ 1.500,00 para R$ 7.000,00, um aumento de 366%, enquanto a exploração de atividades portuárias até10 empregados passou de R$ 15.000,00 para R$ 20.000,00, um aumento de 33,3%.

Novas atividades taxadas

Além dos aumentos das taxas para atividades já incluídas na versão anterior, de 2015, o novo código tributário de Caravelas sancionado em 2017 por Sílvio Ramalho passou a taxar diversas outras atividades, todas com valores exorbitantes. A maioria está diretamente relacionada às atividades da Suzano, como dragagem (R$ 20.000,00), transporte marítimo de cabotagem (R$ 18.000,00), navegação de apoio portuário (R$ 16.000,00), atividade de operador portuário (R$ 16.000,00), instalação de equipamentos para orientação a navegação marítima, fluvial e lacustre (R$ 13.000,00), atividade de apoio à agricultura e produção florestal (R$ 5.000,00), produção de carvão vegetal de florestas plantadas (R$ 5.000,00), serviços de agronomia e de consultoria as atividades agrícolas e pecuárias (R$ 5.000,00), e cultivo de mudas para florestamento (R$ 5.000,00).

Em plena época de pandemia, em que as empresas e serviços estão fechando as portas e a maioria não consegue pagar seus impostos – e, principalmente, seus funcionários -, em Caravelas o prefeito não ofereceu qualquer tipo de auxílio ou alívio tributário para os empresários. Quanto mais empresas encerrarem as atividades, maior será o desemprego em Caravelas, que já atinge índices mais do que preocupantes.

Com esse código tributário, Silvio Ramalho inviabiliza as atividade empresariais que já existem no município e desestimula novos investimentos em Caravelas.

A primeira empresa a ir embora do município foi a Júlio Simões, que, em face de tantos impostos e multas aplicadas, algumas de forma arbitrária, desistiu de operar em Caravelas. A próxima pode ser a Suzano a decidir a fechar seu terminal.

Foto: Ascom/Fibria-Suzano
Olá, WhatsApp do Portal Opinião Pública!