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Família do distrito de Rancho Alegre, no municipio de Caravelas-BA, luta contra o tempo para tentar salvar a vida de uma idosa com Covid-19, que desde a madrugada da última sexta-feira, dia 23 de abril está na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Teixeira de Freitas à espera de uma vaga de UTI.

A paciente, dona Maria Amâncio Manoel, de 80 anos, deu entrada na UPA com saturação (quantidade de oxigênio no sangue) de apenas 51%, sendo colocada no oxigênio, no entanto precisou ser intubada. Desde então, a família tenta conseguir uma vaga em UTI, pois o caso é grave e, devido à idade avançada, a paciente corre sério risco de vida.

Segundo relato de familiares, não há leitos de UTI no Hospital de Campanha Covid-19, sediado no municopio de Teixeira de Freitas-BA, ou qualquer outra vaga disponível na região, e a direção da Unidade de Pronto Atendimento, não autoriza a transferência da paciente para o Espírito Santo, onde haveria uma vaga.

“Até agora nada de vaga. Uma médica do Espírito Santo com quem falei disse que o hospital tem obrigação de quando, não há vaga dentro do Estado, procurar socorro em outro Estado, senão é considerada omissão de socorro”, argumentou Dinda, como é conhecida a filha de dona Maria.

Além da falta de vaga, a Prefeitura de Caravelas-BA alega que não tem como transferir a paciente porque o município não dispõe de ambulância equipada com UTI com oxigênio, tipo de suporte necessário devido à gravidade do caso.

Negligência do PSF de Caravelas

O estado de saúde de dona Maria se agravou devido à suposta negligência ocorrida no Posto de Saúde da Família (PSF) de Rancho Alegre, onde mora a família. Segundo informações, a idosa foi levada ao posto, na semana passada, após apresentar febre e dor de cabeça.

Durante a consulta, mesmo com a paciente tendo sintomas como tosse, coriza, diarreia e fraqueza, a médica sequer realizou teste de Covid. Receitou apenas alguns remédios e mandou dona Maria para casa.

A idosa continuou se sentindo mal e a família tentou uma ambulância do PSF de Rancho Alegre para levá-la ao hospital de Caravelas. No entanto, uma enfermeira do posto informou que a paciente teria primeiro que ser atendida na UPA de Teixeira de Freitas-BA, antes de ser levada para o Hospital de Caravelas, o que a família não concordou.

“Acho absurdo ter esse protocolo de passar pela UPA. Se Caravelas tem hospital, não tem razão a pessoa ser atendida em outro município para poder ser internada em Caravelas. Se mora no município, o que custava liberar a ambulância para levar minha mãe para Caravelas?, questionou filha da paciente.

Dona Maria começou a sentir falta de ar e, diante da piora do quadro de saúde, a família decidiu levá-la para Teixeira de Freitas-BA, aonde um teste particular feito na farmácia confirmou a contaminação por coronavírus. Ela deu entrada na UPA com saturação de 51%, sendo que o mínimo para respirar sem ajuda de oxigênio é de 90%. Abaixo disso, é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “emergência clínica.”

 

Por: Opinião Pública/ DA REDAÇÃO/

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