

O ex-presidente já estava submetido, por ordem de Moraes, a uma série de medidas cautelares.
As medidas iniciais incluíam a proibição de ausentar-se do país, com uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar no período noturno (das 19h às 6h) e nos fins de semana. Além disso, havia a proibição de aproximação e acesso a sedes de embaixadas e consulados, de manter contatos com embaixadores ou autoridades estrangeiras, e com demais réus e investigados.
por exemplo, Bolsonaro concedeu uma coletiva a jornalistas. As falas foram veiculadas por diversos canais de notícias, inclusive pela CNN Brasil, que tem transmissão ao vivo no YouTube.
Pelo esclarecimento feito por Moraes nesta segunda, a veiculação da entrevista precisa se limitar ao site, à TV (sem transmissão no YouTube), à rádio ou ao jornal. Se os grupos de mídia publicarem o link nas suas redes, já estaria caracterizado o descumprimento.
Para não ser preso preventivamente, Bolsonaro também precisaria garantir que nenhum brasileiro publicasse na internet um recorte ou um “print” desses conteúdos — o que é impossível de controlar em um mundo quase inteiramente conectado.
Interlocutores no Supremo dizem que Moraes agiu estrategicamente: na letra fria da decisão, não há qualquer veto à concessão de entrevistas, mas as restrições fazem com que qualquer fala pública do ex-presidente esteja sujeita à decretação da prisão.
Devido a esse entendimento, Bolsonaro preferiu cancelar as entrevistas que daria nesta segunda — uma ao portal Metrópoles e outra na Câmara dos Deputados, que ocorreria após uma reunião com a cúpula do PL no Congresso.
“A Justiça não permitirá que um réu faça de tola, achando que ficará impune por ter poder polpitico e econômico. A Justiça é igual para todos. O Réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares-pela segunda vez0 deve sofrer as consequências”, diz a decisão de Moraes.
Fonte: Metrópoles.com
